Artrose: qual é o tratamento certo?

A artrose, também conhecida como osteoartrite, é uma das doenças mais comuns entre adultos e idosos. É aquela dor insistente nas articulações, que vai piorando aos poucos, limitando seus movimentos e, muitas vezes, atrapalhando tarefas simples do dia a dia — como subir escadas, amarrar os sapatos ou até levantar da cama com mais agilidade.

Ela costuma afetar também muito a vida dos atletas, sejam amadores ou profissionais, pelo uso excessivo da articulação. Como médica focada nesta área, vejo de perto o impacto que a artrose tem na qualidade de vida dos meus pacientes. 

E se tem uma coisa que aprendi ao longo dos anos, é que cada pessoa sente essa doença de um jeito. Por isso, o tratamento certo para artrose não é uma fórmula única. É uma combinação de estratégias, sempre personalizada de acordo com os sintomas, o estágio da doença e o estilo de vida de quem está sendo tratado.

Vamos entender, com clareza, como funciona essa abordagem?

Entendendo a artrose: o que acontece com a articulação?

Antes de falar de tratamento, é importante saber o que está por trás dessa dor. A artrose é uma doença degenerativa que atinge as articulações. Com o tempo — ou por fatores como excesso de peso, sobrecarga repetitiva ou genética — a cartilagem que recobre os ossos começa a se desgastar.

Essa cartilagem funciona como uma espécie de “almofada”, impedindo que os ossos se esfreguem uns nos outros. Quando ela se deteriora, o atrito ósseo aumenta, causando dor, inflamação e rigidez. A articulação também pode inchar, ranger e perder parte da mobilidade.

A artrose pode acontecer em qualquer articulação, mas é mais comum nos joelhos, quadris, mãos e coluna. E embora não tenha cura, ela tem controle — e esse é o ponto-chave do tratamento.

Qual é o tratamento certo para artrose?

A primeira coisa que explico aos meus pacientes é: o problema é o mesmo, mas o tratamento da artrose precisa ser individualizado. Ele depende da intensidade dos sintomas, da localização da artrose, do grau de desgaste e, principalmente, do que o paciente espera em termos de qualidade de vida. De forma geral, o tratamento pode envolver:

1. Medidas conservadoras (não cirúrgicas)

Na maioria dos casos, começamos com abordagens clínicas. Os principais pilares são:

Medicação: usamos analgésicos e anti-inflamatórios para aliviar a dor e o inchaço. Em alguns casos, indicamos medicamentos de uso contínuo, como os condroprotetores (glicosamina e condroitina), que ajudam a preservar o que resta da cartilagem.

Fisioterapia: essencial para manter a mobilidade, fortalecer os músculos ao redor da articulação e evitar a progressão da doença. A fisioterapia alivia dores e melhora muito a função articular.

Exercício físico adaptado: atividade física bem orientada, como caminhadas leves, hidroginástica e pilates, ajuda a manter o peso controlado e reduz a sobrecarga nas articulações. Movimento é remédio, desde que seja o movimento certo.

Perda de peso: em casos de artrose nos joelhos ou quadris, reduzir o peso corporal diminui significativamente a dor e a progressão da doença. Cada quilo a menos representa menos carga sobre a articulação.

Órteses e palmilhas: em casos específicos, o uso de joelheiras, palmilhas ou bengalas pode melhorar o alinhamento e distribuir melhor o peso sobre a articulação.

2. Procedimentos minimamente invasivos

Se a dor persiste mesmo com as medidas iniciais, temos recursos mais avançados. As infiltrações, como as injeções de ácido hialurônico dentro da articulação, ajudam a controlar a dor e a lubrificar a área, promovendo alívio por semanas ou meses. São indicadas em casos de dor moderada a intensa.

Vou dar exemplo de um paciente que atendemos aqui no consultório. Ele estava com artrose e também tendinopatias, que é a inflamação nos tendões. Quando falamos em dores articulares crônicas, como essas, é fundamental buscar abordagens que vão além do simples alívio dos sintomas. 

A medicina regenerativa tem se destacado justamente por oferecer soluções que estimulam o corpo a se recuperar. No caso deste paciente, fizemos a coleta de sangue periférico do próprio paciente. A partir dele, preparamos o PRP (Plasma Rico em Plaquetas), uma substância rica em fatores de crescimento que ajudam a reduzir inflamações, melhorar a cicatrização e estimular a regeneração de tecidos articulares e tendíneos.

Em seguida, associamos o PRP ao ácido hialurônico — uma substância naturalmente presente nas articulações, responsável por melhorar a lubrificação, absorver impactos e aumentar a mobilidade. Essa combinação é especialmente eficaz em casos de artrose, proporcionando conforto e funcionalidade ao paciente.

Com o preparo pronto, realizamos a infiltração no joelho, alcançando tanto o compartimento medial quanto o lateral da articulação. O objetivo é tratar não apenas a cartilagem desgastada, mas também as estruturas adjacentes que sofrem com os processos degenerativos.

Finalizamos o protocolo com a terapia por ondas de choque, que potencializa os efeitos do tratamento, melhora a circulação local, alivia a dor e estimula o reparo de tendões e ligamentos comprometidos.


3. Cirurgia

A cirurgia é a última opção, indicada quando todas as abordagens anteriores falharam e a dor se torna incapacitante. Os tipos mais comuns são: artroplastia (prótese articular):, com a substituição da articulação por uma prótese metálica ou cerâmica. É comum em casos de artrose avançada no quadril ou joelho. Ou então a artrodese, a fusão de ossos da articulação para eliminar o movimento doloroso, indicada principalmente em artroses graves da coluna.

A boa notícia é que, com a evolução das técnicas cirúrgicas, hoje conseguimos oferecer resultados muito positivos e recuperação mais rápida para os pacientes que realmente precisam de cirurgia.

O que mais posso fazer para aliviar a artrose?

O cuidado com a artrose não se limita ao consultório. Alguns hábitos no dia a dia fazem toda a diferença:

  • Respeite os limites do seu corpo: evite esforço em excesso, mas não fique parado.
  • Prefira atividades de baixo impacto: nadar, pedalar ou caminhar.
  • Invista em uma alimentação anti-inflamatória: rica em frutas, vegetais, peixes e gorduras boas.
  • Evite carregar peso de forma inadequada.
  • Alongue-se diariamente.

E, acima de tudo, mantenha acompanhamento com um profissional de confiança. A artrose pode ser silenciosa no início, mas evolui com o tempo. Cuidar cedo é a chave para evitar limitações maiores no futuro.

Agende sua avaliação com um especialista

Se você sente dores articulares frequentes, como artrose, principalmente nos joelhos, quadris, mãos ou coluna, vale a pena fazer uma avaliação detalhada. Quanto antes o diagnóstico for feito, mais eficaz será o tratamento.

Agende sua consulta comigo pelo WhatsApp ou me siga no Instagram para ver mais sobre o tratamento. Vamos cuidar da sua saúde articular juntos. A vida com menos dor e mais movimento é possível — e pode começar agora.

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